Seja bem-vindo. Hoje é

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma ave de rapina com dentes



Há 5 milhões de anos, viveu no Chile um pássaro com presas no bico, duas vezes maior que o condor, a maior ave voadora viva
Os dinossauros não se extinguiram há 65 milhões de anos. As aves são suas descendentes. Na China, há fósseis de aves de bicos com dentes de 110 milhões de anos. Achava-se que as aves dentadas tinham sumido com os dinossauros. A ideia foi abandonada na semana passada, com a apresentação de uma ave gigante pelo Journal of Vertebrate Paleontology. Entre 10 milhões e 5 milhões de anos atrás, um monstro pairava nos céus do Chile. De asas abertas, o Pelagornis chilensis media 5,2 metros. É a maior ave voadora que existiu – e tinha dentes. ‘O fóssil preenche uma lacuna de 100 milhões de anos. As aves dentadas viveram quase até o presente’, diz o paleontólogo David Rubilar Rogers, de 35 anos, do Museu de História Natural, em Santiago.
O pelagornis era uma ave migratória. Seus restos foram achados em todo o mundo. O espécime chileno é de longe o mais completo. Foi escavado há uns seis anos por caçadores de fósseis num barranco em Bahía Inglesa, Deserto do Atacama, diz Rubilar. Contrabandeado para a Europa, acabou nas mãos de um colecionador. ‘Ao perceber sua importância, o colecionador vendeu-o por e 30 mil’ ao Museu Senckenberg, de Frankfurt. O paleontólogo alemão Gerald Mayr, coautor do estudo, repatriou o fóssil ao Chile. Apesar da semelhança com os albatrozes e os pelicanos, Rubilar diz que o pelagornis era aparentado dos patos e gansos. E usava seus dentes para comer peixes e lulas.



Esta postagem foi retirada DAQUI  

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ex-oficial promete revelar segredos de OVNIs


SÃO PAULO – Em coletiva de imprensa marcada para hoje nos Estados Unidos, ex-militares afirmam que irão revelar diversas intervenções feitas por ÓVNIS em bases militares.
          Seis ex-oficiais da Força Aérea americana e um ex-alistado convocaram jornalistas para o salão do National Press Club, em Washington.
          O plano é pedir que o governo confirme publicamente os incidentes com os chamados Objetos Voadores Não Identificados (ÓVNIS ou UFOs, sigla em inglês).
          Segundo informações da Fox News, o grupo planeja distribuir documentos do governo que sustentariam as alegações de que os OVNIS vêm atuando em áreas de armas nucleares desde 1948. Além disso, teriam sido reunidos testemunhos de mais de 120 ex-militares, incluindo aposentados, que confirmam a existência de tais incidentes até 2003.
          A coletiva também teria o intuito de tratar de preocupações sobre o abuso dos segredos governamentais e da ameaça das armas nucleares.
          O evento tem como principais organizadores Robert Salas, ex-capitão da Força Aérea, e Robert Hastings, pesquisador e autor do livro sobre ÓVNIS em bases militares chamado: "UFOs and Nukes: Extraordinary Encounters at Nuclear Weapons Sites”.
          Salas, que tem 70 anos, trabalhou por sete anos na Força Aérea e deixou o cargo em 1971. No dia 16 de março de 1967, ele atuava na base de Malmstrom, em Montana, quando diz ter presenciado uma intervenção de ÓVNIS que fez com que 10 mísseis nucleares se desligassem.

INFO Online conseguiu conversar com Salas antes do evento de hoje. Com pressa, ele contou um pouco de suas experiências.

INFO Online- Por que fazer essa coletiva de imprensa hoje?

Robert Salas - Eu venho falando disso há 15 anos; só achamos que era hora de fazer as pessoas falarem a verdade.

Os ÓVNIS (ou UFOs) descritos seriam de extraterrestres? Afinal, a definição objeto voador não identificado não especifica que se trate de uma nave alienígena...

As naves que observamos eram controladas por alguma forma inteligente, temos evidência disso. Como acreditamos que elas não poderiam ter sido feitas na Terra, a única alternativa é que se trate de uma nave extraterrestre.

Quantas vezes você viu um OVNI?

Eu nunca vi um OVNI. Eles foram reportados pelos meus guardas. Eu estava alguns palmos abaixo da terra, em uma sala. Mas quando eles chegaram, eu vi que meus mísseis se desligaram. A mesma coisa aconteceu em um outro local, apenas uma semana depois.

Reportagem da REVISTA VEJA. Quer saber mais. Confiram AQUI!

sábado, 25 de setembro de 2010

NOVO DINOSSAURO BRASILEIRO


UM CRÂNIO ESPETACULAR CHAMA A ATENÇÃO DO MUNDO PARA UM NOVO DINOSSAURO BRASILEIRO

          Um dinossauro pastava onde hoje é o norte de Minas Gerais quando foi soterrado por uma avalanche de lama. A lama asfixiou o bicho, preservando-o de forma extraordinária. Após 120 milhões de anos, seu crânio com 48 centímetros é uma das mais importantes descobertas da paleontologia brasileira. Para os paleontólogos, cientistas que passam a carreira vasculhando barrancos e cascalho em busca de fósseis, achar um crânio é o maior dos troféus, um golpe de sorte reservado a poucos. Alberto Carvalho, de 36 anos, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), é um deles. Em 2007, dois anos depois de achar em Coração de Jesus, Minas Gerais, a costela de 1 metro de uma nova espécie de dinossauro, Carvalho obteve seu troféu. Achou um crânio completo da ponta do focinho à base da nuca. Ao todo, Carvalho coletou 18 ossos e 47 fragmentos de quatro animais, que estudou ao lado de Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia.
          A espécie foi batizada de Tapuiasaurus macedoi, em homenagem à tribo tapuia que vivia na região.
          O tapuiassauro pertence à família dos titanossauros, dinossauros quadrúpedes e pescoçudos que viviam no supercontinente Gondwana (formado pela união da América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica). O tapuiassauro é a nona espécie de titanossauro brasileira. Das 50 espécies conhecidas, quase todas foram descritas com base numa costela ou num par de vértebras. Não é o caso do tapuiassauro. Seu crânio é digno de exposição nos principais museus do mundo. Antes dele, só se conheciam dois crânios deformados e incompletos de titanossauro.
          Esse é o tipo de descoberta que pode alavancar a carreira de um pesquisador, lançando-o da obscuridade aos holofotes da academia – o que rende propostas de emprego e acesso a preciosos recursos de pesquisas. O estudo foi enviado ao jornal PLoS One. Reza o rito acadêmico que um novo nome científico só pode ser divulgado após o estudo ser aceito para publicação. Enquanto a equipe aguardava o parecer da publicação, prosseguiam os preparativos para a abertura, em outubro, de uma exposição no museu. A estrela será a reconstituição do tapuiassauro.
          Mas a descoberta foi anunciada na terça-feira, no jornal O Estado de S. Paulo. O anúncio veio antes da hora – o que pode deixar de render os dividendos acadêmicos que o estudo merece. O Estadão acompanhou a pesquisa com exclusividade, comprometendo-se a noticiar o dinossauro após a aceitação do estudo. Mas, no dia 10, o jornal soube que a história teria vazado para o Jornal Nacional. O Estadão pediu a Zaher para publicar a notícia. Obteve a autorização, desde que sem o nome Tapuiasaurus macedoi. O nome foi retirado do texto, mas uma menção escapou, e ele se tornou público. Para o leigo, pode parecer uma formalidade boba. Na academia, a transgressão é grave. Mesmo tratando-se de um fóssil fenomenal, paleontólogos estrangeiros afirmam que, caso o estudo tivesse sido submetido às revistas Science ou Nature, extremamente tradicionais, elas agora o recusariam.


Reportagem da Revista Época Edição nº 644. Confiram.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A ARTE RUPESTRE NA PARAÍBA

UM ESTUDO SOBRE O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA LOCALIDADE ALGODÕES, NO MUNICÍPIO DE CONDADO


Almair de Albuquerque Fernandes

1 APRESENTAÇÃO

A arte rupestre é considerada o único vestígio deixado de forma consciente e voluntariamente pelos homens pré-históricos. Ela representa os mais expressivos registros do comportamento humano sobre as relações com o meio natural (CARVALHO et al., 2005). No Brasil, especialmente na Paraíba, apesar da grande quantidade de material de arte rupestre localizado, o estudo sobre o assunto ainda é restrito.
Afirma Almeida (1979, p. 21), que “todo vestígio antigo deixado pelo homem na sua passagem pela terra, constitui um sítio arqueológico. As pinturas e gravuras rupestres - a denominada arte rupestre - são sítios arqueológicos”.
Na visão de Santos (2007, p. 37), “os sítios de arte rupestre se configuram como monumentos singulares e de valor incontestável, pois retratam fragmentos do cotidiano humano”.
Gaspar (2003) acrescenta que a arte rupestre consiste em representações gráficas elaboradas em suportes rochosos, presente em diversos ambientes freqüentados pelas culturas pré-cabralinas.
Na literatura sobre arqueologia brasileira o termo arte rupestre engloba tanto as pinturas como as gravuras. As gravuras consistem em representações elaboradas através do picoteamento ou incisão no suporte rochoso.
Para Gaspar (2003), que as técnicas de pinturas detectadas através de análises revelam o uso de fricção de um mineral sobre o suporte rochoso, usos da madeira com função de pincel, uso da própria mão e até mesmo elaborada através de sopros do pigmento sobre a rocha.
Almeida (1979), abordando as técnicas utilizadas pelos ‘artistas’ primitivos, afirma que a gravura rupestre consiste na execução de desenhos por meio de sulcos na pedra bruta. Além da pintura e da gravura, também existe na arte rupestre a técnica do baixo-relevo.
No entanto, apesar de sua importância no contexto histórico-antropológico, a arte rupestre é pouco valorizada, limitando-se sua discussão ao meio acadêmico.
Diante dessa realidade e observando as considerações expostas, esta pesquisa pretendeu avaliar a arte rupestre, numa visão mais científica, afastando o misticismo e a crendice popular, focalizando a necessidade de se preservar o sítio arqueológico da comunidade Algodões, no município de Condado-PB, sob todos os aspectos.

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A ARTE RUPESTRE NO BRASIL

Itaquatiaras, pedras lavradas, pedras pintadas, gravuras, pinturas, letreiros, glifos, litóglifos, petróglifos, pictografias, litografias e hieróglifos brasileiros, são termos empregados pelos vários autores para designar as inscrições rupestres existentes no Brasil.
De acordo com Ozildo (1990, p. 11),

A primeira referência sobre a arte rupestre no Brasil, nos foi dada por Ambrósio Fernandes Brandão em seu livro ‘Diálogos das Gran­dezas do Brasil’, escrito em 1618. Trata-se de pinturas e gravuras situadas em terras paraibanas, cujas informações foram fornecidas ao autor por Feliciano Coelho de Carvalho, capitão-mor da Capitania da Paraíba, que visitara no dia 29 de dezembro de 1598 a locali­dade denominada ‘Arasoagi­pe’, onde foram encontradas as referidas gravuras e pintu­ras que, presume-se, tratar-se hoje do município de Araçagi e do rio do mesmo nome.

Quando o homem civilizado foi adentrando o interior do território brasileiro, foi encontrando os primeiros registros rupestres. Este fato chamou-lhe a atenção. E, mesmo perguntando aos indígenas da época, não encontrou respostas para suas observações e, de certa forma, influenciado pelas narrativas nativas, passou também a relacionar esses registros ao misticismo.


Informa Souza (1991), que no século XVII, o padre Francisco Teles de Menezes registrou 274 sítios arqueológicos com gravações e pinturas no Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Pernambuco, interpretando-os como mapas de tesouros.
Por outro lado, vários escritores antigos citaram as gravuras e pinturas existentes ao longo do territó­rio brasileiro como sendo tes­temunho de passadas civilizações, deixando claro que aqueles registros rupestres não foram produzidos pelos indígenas encontrados pelo elemento luso descobridor, no século XVI.
Nessa mesma linha de pensamento, afirma Almeida (1979, p. 23), que

As gravuras e pinturas brasileiras e, em particular, as pa­raibanas, foram executadas pelos antigos habitantes da região - os indígenas - o que não quer dizer que tenham sido executados, obrigatoriamente, pela população que os portugueses encontraram no Brasil no século XVI. Podem ter sido obra de grupos indígenas extintos ou que não mais habitavam o local à época do descobrimento.

O elemento indígena encontrado pelo luso descobridor no século XVI não conhecia e nem fabricava instrumentos de ferro. Desta forma, ele não teria condições de trabalhar a rocha dura e nela fazer inúmeros desenhos, ricos em detalhes como os encontrados na Pedra do Ingá, considerada um monumento arqueológico nacional. É mais aceitável que tais monumentos sejam obras de grupos indígenas extintos.


 Através das gravuras e das pinturas, os primitivos habitantes do Nordeste brasileiro deixaram as marcas de sua presença, como meio de mostrar os vestígios de seu cotidiano. Esses vestígios constituem “parte do sistema de comunicação do qual se preservavam apenas as expressões gráficas que resistiram ao tempo” (GASPAR, 2003, p. 2).
Observa Oliveira (2005, p. 471), que

Ao longo do tempo, a visão sobre a arte rupestre variou de acordo com a visão de mundo dos diversos pesquisadores. Primeiramente pensou-se que a arte rupestre teria sido produzida como um simples prazer estético. Depois sela passou a ser explicada como fruto da magia, com o objetivo de intervir na vida real, como, por exemplo, a Magia da Caça ou a Magia da Fertilidade. Outros autores a viam como uma forma de escrita associada a uma civilização megalítica de Atlântida ou como lápides mortuárias onde constava o nome e a genealogia do indígena.

As pinturas e gravuras rupestres encontradas no Brasil estão situadas em locais comodamente atingíveis ou em lugares alcantilados de acesso difícil. Em alguns desses sítios arqueológicos são vistas figurações primitivas e em outros, desenhos artísticos elaborados em grandes painéis no interior de grutas ou a céu aberto.


Nesses painéis, é comum encontra figuras de variadas formas geométricas planas, ora evocando seres humanos (antropomorfos) ou partes do corpo; mãos e órgãos sexuais masculinos (símbolos fálicos), ora plantas (fitomorfos) e animais (zoomorfos). 
De acordo com Dias (2004, p. 471), a arte rupestre “no século XX, foi entendida como um sistema de comunicação. Do ponto de vista da semiologia, a arte rupestre passou a ser considerada um código simbólico, que deveria ser decifrado, como um texto”.
No entanto, os estudos estudiosos que se debruçam sobre o problema da autoria das inscrições rupestres se dividem dois grupos: os ‘alienigenistas’ e os autoctonistas.
Faria (1994, p. 44), explicando essa divisão, afirma que

Os ‘alienigenistas’ admitem a confecção estrangeira por navegadores gregos, hebreus, egípcios e fenícios aqui arribados acidental ou intencionalmente antes de Cabral. Outros ‘alienigenistas’ vão mais longe, argumentando que algumas inscrições expressam refinados conhecimentos astronômicos, os quais somente poderiam ter sido transmitidos por civilizações extraterrestres.

No Brasil, a idéia de serem as inscrições rupestres encontradas no interior como o registro de navegadores oriundos de outras partes do globo, foi, inicialmente, levantada por Ladislau Netto, dire­tor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, ainda no início da segunda metade do século XIX.
Aquele pesquisador brasileiro afirmou que os símbolos dos ‘letreiros’ representavam vestígios deixados pelos fenícios, que aqui estiveram em épocas remotas. Inclusive, classificou como fenícia uma inscrição localizada na ‘Pedra da Gávea’, no Rio de Janeiro, apresentando uma tradução que relata o insucesso de uma viagem ao Brasil, promovida a mando do faraó Necao, do Egito.


Apoiado nas suposições de Ladislau Netto, o pesquisador austríaco Ludwig Schwennhagen, que esteve na Paraíba, em 1926, onde realizou pesquisas para esclarecimento das ins­crições rupestres aqui existentes. Schwennhagen é autor de uma polêmica ‘História antiga do Brasil’, onde “apresenta uma tradução do li­vro do historiador grego Tio­doro da Sicília, o divulgador dos périplos fenícios, afirmando que foram os fenícios os primeiros habitantes do Velho Mundo a descobrirem a América” (OZILDO, 1990, p. 11).
Pinto (1986), também adepto dessa corrente, afirma que os hebreus em épocas remotas, visitaram o Brasil e daqui levaram a madeira e o ouro necessários para a construção do Templo de Salomão. Para este autor, seria o Brasil o misterioso país de Ofir, descrito na Bíblia, no Livro dos Reis. Ele apóia suas suposições nas semelhanças lingüísticas existentes entre o idioma hebreu e alguns dialetos falados por tribos indígenas do interior do Amazonas, afirmando também que o vocábulo ‘Solimões’, que designa para o rio Amazonas, é uma corruptela da palavra ‘Salomão’, o grande rei dos hebreus.
Por outro lado, ‘alienigenistas’ como Galdino (1973), Moreau (1977), Däniken (1977) e o próprio Faria (1994), chegam a afirmar que os registros rupestres em pictografia, representam registros astronômicos, executados por seres extraterrestres. Na concepção desse último autor, a Pedra do Ingá, famoso monumento arqueológico encontrado no Estado da Paraíba, são registros astronômicos, produzidos por seres extraterrestres.


Quanto aos autoctonistas, estes se dividem em duas correntes: a primeira (já desautorizada) pregava ser a arte rupestre passatempo dos aborígines. A segunda, acredita “ter florescido no Brasil uma antiqüíssima civilização aborígine que declinara após ter atingindo elevado estágio cultural e material” (FARIA, 1994, p. 44).
Nesse último grupo, mais numeroso, encontram-se pesquisadores de renome a exemplo de Pereira Júnior (1970), Mendes (1970), Martin (1975), Almeida (1979), Dantas (1994) e tantos outros.


A população interiorana do Nordeste brasileiro refere-se às inscrições rupestres co­mo sendo ‘letras dos holandeses’. No entanto, deve registrar que existem sítios arqueológicos com inscrições e pinturas rupestres em locais nunca atingidos pelos holandeses, no Brasil. Datam de 1598, as primei­ras informações sobre a exis­tência de inscrições e pinturas rupestres em solo brasileiro, portanto, muito an­tes da penetração dos flamengos no Nordeste.

2.2 A ARTE RUPESTRE NA PARAÍBA

O Estado da Paraíba, localizado na porção leste do Nordeste brasileiro, é pródigo em sítios de arte rupestre, predominando os de pinturas. Estas são encontradas, em sua maioria, nas paredes rochosas de canyons - localmente chamados de boqueirões, e em paredes e tetos de abrigos ou cavernas.
Estima-se que existam mais de 500 sítios com arte rupestre na Paraíba. Entre os principais, podem ser citados:
a) a Pedra do Touro;
b) a Pedra do Gato;
c) a Pedra da Velha Chica;
d) a Gruta do Silêncio;
e) o Abrigo das Emas;
f) a Pedra do Ingá;
g) o Lajedo de Pai Mateus.
A maioria desses sítios arqueológicos apresenta registros rupestres (gravuras e pinturas) estampados em paredões rochosos, distribuídos nos leitos dos rios, vales e serras. Nesses locais, é comum encontrar representações zoomorfas antropomorfas, geométricas, astronômicas e fitomorfas.


Destes sítios arqueológicos, apenas a Pedra do Ingá, localizada no município de igual nome, foi tombada pelo DPHAN (o atual IPHAN), por iniciativa de Pereira Júnior, em 1944, o qual realizou um estudo ‘in loco’ daquelas inscrições rupestres (PEREIRA JÚNIOR, 1970).
O conhecimento sobre a existência de registros rupestres no interior da Paraíba é algo que remota ao final século XVI, conforme já foi citado. Além de Ambrósio Fernandes Brandão (Diálogos das Grandezas do Brasil, 1618), Elias Herckmans (Descrição geral da Capitania da Paraíba, 1639), também fez referência a um sítio arqueológico por ele encontrado, quando de uma entrada ao interior da Capitania com o objetivo de avaliar os recursos naturais da região de Cupaoba.
Anos mais tarde, em 1670, os padres capuchinhos franceses Teodoro de Lucé e Martim de Nantes, em missão catequista, dirigiam-se ao arraial de Boqueirão do Carnoió, quando, no caminho, encontraram

[...] no meio de uma grande floresta [...] uma grande pedra de grã da altura de nove pés, larga na base, muito bem talhada, sobre a qual estava gravada a imagem de uma cruz de alto a baixo e na parte inferior havia um globo, ao lado de duas figuras que não podiam ser distinguidas por causa do musgo e, em derredor, uma espécie de rosário gravado (NANTES, 1979, p. 54).

O sítio arqueológico descoberto pelo padre Teodoro de Lucé e seu auxiliar, encontra-se no território do atual município de Barra de Santana, desmembrado de Boqueirão, em 1994. Trata-se da ‘Pedra do Altar’, localizada à margem direita do rio Paraíba.


Além dos caracteres descritos pelo padre Martin de Nantes, ali existem várias outras inscrições e pinturas, que constituem belo painel em cor vermelha, todo ele da mesma tonalidade, relativamente bem conservado. Naquele imenso macacão também existe um símbolo abstrato de uns 66 cm de comprimento, além de várias representações de ponteado, setas, mãos positivas e lagartos (ALMEIDA, 1979).
No entanto, analisando a narrativa do padre Martin de Nantes, percebe-se que aquele religioso somente viu no referido sítio elemento religioso, e, utilizou-se dos mesmos para iniciar a conversão dos nativos que faziam parte da referida expedição, atribuindo às mencionadas inscrições uma conotação profética.
Na opinião de Ozildo (1990, p. 11), as inscrições e pinturas rupestres existentes no interior do Estado da Paraíba,

Expressam, sem dúvidas, sentimentos, idéias de um povo que ali habitou. É uma página da nossa pré-história, que como outras inscrições brasileiras, se decifradas, poderão nos oferecer noções exatas sobre a origem ainda desconhecida do homem americano.

Quanto o elemento colonizador adentrou os sertões paraibanos ele foi encontrando vestígios rupestres. Às vezes, quando do requerimento de uma sesmaria, os colonizadores faziam referências a esses vestígios.  Assim, fizeram o padre Valetim Gonçalves de Medeiros e Manoel Timóteo da Vera Cruz, que em 21 de janeiro de 1759, requereram uma gleba de terra no Seridó paraibano, alegando que a mesma ficava na data da ‘Pedra Lavrada’ (TAVARES, 1982), numa referência expressa às pinturas rupestres que existem nas proximidades da sede daquele município paraibano.
Ozildo (1990, p. 11) tratando daqueles achados arqueológicos afirma que

As inscrições de Pedra Lavrada foram descobertas no final do século XVIII, pelos primeiros desbravadores que ali apontaram, em busca de terras propícias à lavoura e à criação de gado. Na época, a ribeira do Seridó já se destacava por sua fertilidade, servindo de estímulo à fixação do homem naquela região. Os blocos de gneiss cobertos de símbolos dos mais variados formatos, serviram como fonte toponomástica, fazendo com que os primeiros povoadores da região batizassem o lugar com o nome de ‘Pedra Lavrada’.

Em diversos municípios paraibanos onde existem vestígios da arte rupestre freqüentemente os habitantes locais associam tais registros à localidade onde os mesmos são encontrados. Assim, no interior da Paraíba é comum o uso de topônimos como ‘Pedra do Letreiro’, ‘Lajes Pintadas’, ‘Pedra Lavrada’, ‘Pedra do Caboclo’, ‘Pedra Furada’, ‘Lajedo Pintado’, etc.
Em 1893, lrineu Jofilly em seu valioso livro ‘Notas Sobre a Paraíba’, abriu um parêntese para tratar das inscrições e pinturas rupestres, existentes no território paraibano, afirmando:

Julgamos merecer a mais séria atenção de todos os homens estudiosos, o assunto de que passamos a nos ocupar, referimo-nos aos letreiros ou inscrições que encontram em grande número de rochedos em toda a Borborema, ou antes, em toda a Paraíba (JOFILLY, 1977, p. 88).

Para fundamentar seu relato, aquele ilustre historiador paraibano utilizou-se das anotações de um relatório escrito pelo engenheiro Francisco Soares Retumba que, em 1886, visitou a povoação de Pedra Lavrada, no Seridó paraibano.


Ainda segundo Jofilly (1977, p. 89), após copiar integralmente as inscrições ali existentes, aquele engenheiro concluiu: “ignoro se haverá quem possa compreender o que significam as inscrições [...]. Cumpre, pois, quanto à Paraíba, que se cuide seriamente de colecionar todas as inscrições que se encontram a miúdo em nossos sertões”.
Embora alguns estudiosos - ditos ‘alienigenistas’ - tentem relacionar os registros rupestres existentes no interior do nordeste brasileiro aos fenícios,

[...] Até aqui, os achados arqueológicos não revelaram vestígios da passagem de fenícios pelo Brasil. E se quisesse sustentar a tese de fenícios como povoadores do continente americano, as dificuldades seriam maiores uma vez que o período áureo da história daquele povo situa-se no tempo compreendido entre os séculos X e VII a.C. e em datas muitíssimo anteriores, já foi registrada a presença do Homem em nosso continente (ALMEIDA, 1979, p. 24).

Desta forma, deve-se afastar por completo a idéia de serem os fenícios ou outros povos (europeus ou asiáticos) os autores das inscrições rupestres encontradas no território brasileiro - e em especial, na Paraíba - aceitando-se como verdadeiro que seus principais executores foram os indígenas, que viveram em épocas remotas.
No entanto, deve-se reconhecer que as suposições e conclusões de alguns pesquisadores, a exemplo de Almeida (1979), Martin (1975) e Pereira Júnior (1970), já emprestaram ao estudo das inscrições rupestres existentes na Paraíba, uma importância capital, excluindo afirmações superficiais, segundo as quais tais registros arqueológicos não passariam de meras brincadeiras de índios.
Abordando as inscrições rupestres existentes na Paraíba, Lima (1953, p. 114), afirma que “todas guardam as mesmas características, os mesmos traços de origem como se representassem elos de um só circulo de influência”. E, que “não há dúvida que existe uma inter-relação dessa escrita nos diversos lugares onde teria predominado uma civilização antiga”.


No entanto, boa parte do patrimônio arqueológico existente no Estado da Paraíba vem se perdendo ao longo do tempo, em decorrência da depredação do homem. Deve-se registrar que muitos vestígios rupestres foram destruídos, por ignorância ou conveniência.
Observa Silva (2006, p. 114), que

Devido a sua fragilidade, esses monumentos arqueológicos estão vulneráveis à ação do tempo e principalmente à destruição humana. Esta intervenção humana vem sendo responsável pela danificação parcial ou total dos sítios arqueológicos, tendo como fatores: a construção civil; a extração de rochas, a falta de informações e, conseqüentemente, o vandalismo.

Na Paraíba, inúmeros sítios arqueológicos estão sob ameaça de depredação constante, ligadas ao garimpo/mineração de rochas ornamentais, atividade econômica forte em alguns municípios, a exemplo de Pedra Lavrada, Junco do Seridó e Picuí (possuidores de sítios arqueológicos com arte rupestre), e a visitação turística, problema reforçado pela ausência de trabalhos que mostrem à população local a importância dos sítios existentes.
Dos diversos fatores de degradação que podem incidir sobre os painéis de pinturas e inscrições rupestres, a ação humana se destaca como forte agente de destruição.
Por outro lado, deve-se registrar que o trabalho de conscientização junto às populações interioranas é algo fundamental para a preservação dos sítios arqueológicos.
Na Paraíba esse trabalho vem sendo desenvolvido por uma organização não-governamental, denominada de Programa de Conscientização Arqueológica (PROCA), que, desde 1995 vem contribuindo com as instituições oficiais a manter o patrimônio arqueológico preservado. Essa organização interage através da conscientização, desenvolve cursos, palestras, seminários, bem como o levantamento de sítios arqueológicos em todo território paraibano.

2.3 AS REPRESENTAÇÕES RUPESTRES DO MUNICÍPIO DE CONDADO-PB

O território que atualmente constitui o município de Condado foi desmembrado do município de Pombal, considerado rico em registros rupestres.
Afirma Seixas (2004), que a noroeste da cidade de Pombal, nas serras do Comissário e do Cabeço, existem vários pontos onde podem ser encontradas pinturas e inscrições sobre a rocha dura. O referido autor também relata a existência de vestígios rupestres em várias localidades que atualmente pertencem aos municípios de Paulista, Malta e Vista Serrana, cujos territórios desmembraram-se do município de Pombal.
Em Condado, até o presente, foi identificado um sítio arqueológico, localizado na comunidade Algodão, de propriedade dos herdeiros de Antônio Machado de Oliveira, distante 12 quilometros da sede do referido município.


Nesse sítio, identificam-se desenhos geométricos integrantes de uma tradição cosmológica que, segundo Beltrão (1995), parece ser a mais antiga das três existentes na América, associados ou não a representações pictóricas da fauna e flora pleistocênica e que algumas dessas pinturas podem ter idades em torno de 18mil e 30 mil anos.
As inscrições rupestres de Condado são envoltas em um misto de mistério e fascinação. Apesar da importância do sítio, nunca foi publicado nenhum estudo sistemático.  Existem algumas referências sobre certas publicações voltadas para a história do sertão paraibano, nas quais esses registros arqueológicos aparecem como simples ‘curiosidades’.
No entanto, “a simetria e a combinação desses sinais não podem ser lançados ao acaso; elas exprimem com certeza, pensamentos humanos; são monumentos escritos de uma raça que ali habitou” (JOFILLY, 1977, p. 88).


No Sítio Algodão, vândalos deixaram suas marcas, com incisões alfanuméricas, comprometendo a integridade dos registros rupestres. Desta forma, urge que sejam tomadas providências visando à preservação daquele sítio, pois, a perda daqueles registros rupestres implicaria em lacunas em relação ao estudo da pré-história local, prejudicando, de certa forma, a construção da história do Sertão paraibano.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Sítio Arqueológico Algodão está localizado na margem esquerda do riacho Cipó, sobre um grande bloco de pedras, medindo em forma diagonal 200m de comprimento por 75m de largura, apresentando, em seu ponto máximo, uma altura de aproximadamente 20 m.
A vegetação e o relevo do local onde se localiza o sítio se mostra característico do sertão paraibano. As gravuras foram feitas sobre blocos de rochas que, muitas vezes, se encontram bastante desgastados pelo intemperismo que é comum na região. O local onde se encontram os painéis é de fácil acesso.


O sítio apresenta-se com gravuras em motivos geométricos lineares e circulares, com interferência atual nas gravações (ação antrópica), e com as gravuras que se limitam à região do córtex da rocha. Há vários locais em que o sol e a chuva agiram diretamente sobre a rocha, pois eles se encontram a céu aberto, fazendo com que as camadas superficiais destas rochas estejam prejudicadas, favorecendo a ação da erosão nas gravuras, aumentando o seu desgaste.
As gravações foram executadas sobre um lajedo granítico coberto por um tipo de fungo que, em alguns pontos, dá umas colorações douradas, distribuídas horizontalmente. No entanto, existem algumas representação que possivelmente caracterizem pegadas de aves, peixes e a representação aproximada de escorpião.


Tais gravuras foram picoteadas. Há também círculos radiados e um grande conjunto vertical de círculos interligados. Entretanto, no todo, a conservação é regular, sendo que muitas gravuras já foram danificadas pelo intemperismo por ficar totalmente exposto ao sol e à chuva, apresentando, em alguns pontos, processo de descamação.
A base do sítio é formada pelo afloramento arenítico e blocos soltos, um dos quais apresenta gravuras. No período de chuvas, a água deposita sedimento arenoso entre os blocos. Foi realizada uma limpeza em toda a área abrigada, retirando-se uma camada de sedimento arenoso depositado pelas chuvas, não se encontrando nenhum material arqueológico.


 Para uma efetiva proteção do entorno e visibilidade do Sítio Arqueológico Algodões, existe a necessidade de uma demarcação de uma zona de preservação rigorosa, com características que deverão ser anexada na legislação municipal vigente.
Tal particularidade justifica-se pelo fato de vândalos já terem destruído parte do referido sítio, inclusive, utilizando dinamite, sob a alegação de que estão procurando minério, em detrimento ao valor cientifico do acervo arqueológico local.

EQUIPE DE APOIO



4 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R. T. de. A arte rupestre nos cariris velhos. João Pessoa: EDUFPB, 1979.
CARVALHO, H. D. S. de. et al. Modelagem dos condicionantes ambientais para os sítios rupestres em Oliveira dos Brejinhos - Chapada Diamantina – BA. In: Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005, INPE, p. 2893-2900.
DÄNIKEN, E. von. Eram os deuses astronautas? (Enigmas indecifrados do passado). São Paulo: Melhoramentos, 1977.
DANTAS, J. de A. Indícios de uma civilização antiqüíssima. João Pessoa: A União, 1994.
FARIA, F. C. P. Os astrônomos pré-históricos do Ingá. São Paulo: IBRASA, 1994.
GALDINO, Luís. Eram os índios astrônomos? In: Revista Planeta, n. 12. São Paulo, 1973.
GASPAR, M. A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Paraíba. Fac-símile da primeira edição publicada no Rio de Janeiro, em 1892, com prefácio de Capistrano de Abreu. Apresentação e observações de Geraldo Irenêo Joffily. Brasília: Thesaurus Editora, 1977.
LIMA, C. As itacoatiaras de Ingá. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, v. 12, João Pessoa: Teone, 1953.
MARTIN, G. Estudos para uma desmistificação dos petróglifos brasileiros: a Pedra Lavrada do Ingá (Paraíba). In: Revista de História da Universidade de São Paulo, 1975.
MELO, A. T. de; RODRIGUEZ, J. L. Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental. João Pessoa: Grafset, 2004.
MENDES, J. C. Conheça a pré-história brasileira. São Paulo: Polígono, 1970.
MOREAU, M. As civilizações das estrelas. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977.
NANTES, M. de. Relação de uma missão no rio São Francisco. São Paulo: Nacional/INL, 1979.
OCTÁVIO, J. História da Paraíba. 2ª ed. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1995.
OLIVEIRA, L. D. de. A arte rupestre no Rio Grande do Sul: Semiótica e Estereoscopia. In: FUMDHAMENTOS VII, Porto Alegre, abril 2005, UFRS, p. 469-490.
OZILDO, J. As inscrições rupestres de Pedra Lavrada. In: Revista Tudo, suplemento especial do ‘Diário da Borborema’, Campina Grande-PB, edição de domingo, 16 de dezembro de 1990.
PEREIRA JÚNIOR, J. A. Em torno da velha questão que é a de terem estado os fenícios no Brasil e outros reparos. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. São Paulo, v. LXVIII, 1970, pp. 183-190.
PINTO, E. P. Caiari (Lendas, proto-história e história). Rio de Janeiro: Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1986.
SANTOS, C. As técnicas de execução das gravuras rupestres do Rio Grande do Norte. In: MEDEIROS, J. (org.). Arqueologia e imaginário. São Paulo: Dimensões, 2007.
SEIXAS, W. N. o velho arraial de piranhas (Pombal). 2 ed. João Pessoa: Grafset, 2004.
SILVA, I. F. A valorização do tesouro arqueológico da Paraíba através da aplicação de ícones pré-históricos em cerâmicas decorativas. In: IV Congresso de Internacional de Pesquisa em Design - Brasil. Anais... Rio de Janeiro, 11-13 outubro 2006, p. 111-118.
SOUZA, A M. de. História a Arqueologia Brasileira. In: Pesquisas. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, 1991.
TAVARES, J. de L. Apontamentos para a história territorial da Parahyba. Reprodução Fac-similar da Edição de 1910. Brasília: Senado Federal, 1982.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE CONDADO-PB:

UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA

Almair de Albuquerque Fernandes

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, a degradação do semi-árido nordestino tem recebido uma atenção significativa na área técnica e nas discussões da sociedade como um todo. Nessa região, o processo de degradação tem se intensificado graças ao crescimento populacional, às atividades agrícolas e industriais.
É possível encontrar no nordeste do Brasil numerosos exemplos de degradação ambiental, que se reflete no assoreamento e na poluição dos cursos d’água, na redução da produtividade dos solos e na perda de biodiversidade da fauna e da flora.
A degradação ambiental crescente no semi-árido brasileiro, o frágil equilíbrio do ecossistema da caatinga, o regime inconstante das chuvas, os solos delgados e pobres em nutrientes orgânicos, tudo isso aliado às precárias condições sócio-econômicas das populações que habitam essa região, formam um conjunto de fatores que favorecem a ocorrência dos processos de desertificação.
Tal processo já pode ser notado em várias áreas da caatinga. No caso específico da Paraíba, em algumas áreas do Seridó e do Sertão, a degradação ambiental já atingiu um nível tão elevado, que os indícios do processo de desertificação já podem ser notados. E esta realidade vem preocupando os técnicos e as organizações não-governamentais que lutam pela preservação do bioma caatinga.
A degradação ambiental pode ser entendida como todo e qualquer desequilíbrio produzido pela ação do homem. Além de comprometer a sustentabilidade do ecossistema, os impactos produzidos no meio ambiente também colocam em perigo a própria sobrevivência do homem.
No caso específico do município de Condado, localizado na Mesorregião do Sertão Paraibano, o manejo inadequado do solo em conjunto com a utilização de água com altos teores de sais, sistemas de irrigação superficial por gravidade, quantidades indiscriminados de fertilizantes e agrotóxicos, tudo isso aliado às condições climáticas adversas, vem contribuindo de forma significativa para o desprovimento da cobertura vegetal dos solos, que são rasos e pobres, tornando-os susceptíveis à erosão e acelerando o processo de degradação.
Apesar da população local conviver com essa realidade, em Condado, até o momento, ainda não foi desenvolvido nenhum programa de conscientização e/ou de promoção ambiental, visando à recuperação das áreas degradadas existente no município. Desta forma, percebe-se que é imprescindível que tal problema seja discutido no âmbito do município, pois sustentabilidade e futuro devem ser preocupações do presente.
O presente artigo tem por objetivo identificar os fatores que têm contribuindo para que ocorra a degradação ambiental no município de Condado-PB.

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos geográficos do município de Condado-PB

Inserido completamente na região do semi-árido nordestino, o município de Condado-PB possui clima quente e úmido, com chuvas de verão-outono. Embora as precipitações não sejam muito pequenas (em torno de 660 mm anual), a irregularidade das mesmas dá lugar às características de aridez quase tão acentuadas quanto às que ocorrem na região de clima Bsh, havendo anos de período chuvoso quase ausente.
Informam Mascarenhas et al. (2005), que em Condado as chuvas começam no verão, ocorrendo as maiores precipitações nos meses de março a abril.
A estação seca inicia-se em maio e prolonga-se até dezembro, sendo que as menores precipitações são verificadas nos meses de setembro e outubro. No entanto, os meses de novembro e dezembro são os mais quentes, coincidindo quase sempre com o fim da estação seca.
De acordo com Amorim et al. (1976), os principais riachos que cortam o município de Condado são: Cipó, Furna e Pedra D’Água, que secam no verão.
Acrescentam aqueles autores, que no referido município existe o Açude Engenheiro Arcoverde, com uma capacidade de 38.000.000 m³ constituindo-se no maior reservatório da região. Seguido do pedra D’água, São Miguel, Oriente e Ipueira do Peixe.
Informa Cruz (2002), que a cobertura florística do município de Condado é constituída na maior parte, pelo pereiro, catingueira, mufumbo, marmeleiro, jurema e outras plantas que conseguem ultrapassar o rigor das secas, a exemplo do juazeiro e da oiticica.
Assim, percebe-se que a vegetação natural do município de Condado é composta de plantas do tipo arbóreo-arbustivo pouco densa e a denominada caatinga hiperxerófita.
No entanto, esta vegetação encontra-se bastante devastada pela interferência do homem que a explora, ininterruptamente, para produção de carvão, lenha e estacas. Tal exploração de forma desordenada está contribuindo fortemente para as alterações ambientais, no referido município.

2.2 Degradação ambiental: Conceituação

Ao longo de seu processo histórico, as atitudes comportamentais do homem têm uma tendência em sentido contrário à manutenção do equilíbrio ambiental. Ele homem desperdiça energia e desestabiliza as condições de equilíbrio pelo aumento de sua densidade populacional, produzindo impactos ambientais de diversas maneiras, impondo uma pressão cada vez maior sobre o ambiente.
Segundo Menin (2000), toda e qualquer alteração negativa produzida pelo homem ao meio ambiente, pode ser entendida como sendo uma degradação ambiental. A degradação dos solos pode ser considerada um dos mais importantes problemas ambientais.
Existem inúmeras definições para o termo degradação ambiental. No entanto, todas elas relacionam o desequilíbrio e a destruição produzida ao meio ambiente, pelo homem. Assim, o termo degradação ambiental pode ser entendido como sendo os danos gerados ao meio ambiente por atividades econômicas, aspectos populacionais e fatores biológicos.
De acordo com Lemos (2001, p. 409),

Degradação ambiental ou devastação ambiental significam a destruição, deterioração ou desgaste do meio ambiente. Em virtude dessa interface entre as definições, neste estudo utilizam-se como sinônimas as expressões degradação ambiental, devastação ambiental e deterioração ambiental.
A degradação ambiental pode ser considerada como um processo caracterizado por desmatamentos para atender a demanda da população para novas áreas onde possam fixar-se, a derrubada da floresta e a queima da vegetação tendo por objetivo aumentar as áreas limpas para atender atividades econômicas como agricultura e pecuária.
Acrescentam Willians et aI. (2003, p. 13), que

A degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do solo for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e regime de vazão do sistema hídrico for alterado. Assim sendo, ocorre a degradação de uma área quando há perda de adaptação à características físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento socioeconômico.

A perda de adaptação a que se referem os autores, diz respeito ao solo, sugerindo, então, que a degradação do solo conduz à degradação ambiental. A remoção da cobertura vegetal reduz a capacidade de produção de energia de biomassa e acelera a evaporação do solo. Esta sinergia de impactos altera a composição da atmosfera, e eventualmente conduz a mudanças de clima, que podem manifestar-se sob a forma de seca.
De acordo com Blanco e Link (2001), as conseqüências dos danos ambientais não se confinam mais aos limites de determinados países ou regiões, mas ultrapassam fronteiras e, costumeiramente, atingem regiões distantes.
Atualmente, o meio ambiente é uma das preocupações centrais de todas as nações, despertando grande interesse em todos os países, independentemente do regime político ou sistema econômico.
Segundo Moraes e Jordão (2002), os impactos exercidos pelo homem sobre o meio ambiente podem ser dois tipos:
a) pelo consumo de recursos naturais em ritmo mais acelerado do que aquele no qual eles podem ser renovados pelo sistema ecológico;
b) pela geração de produtos residuais em quantidades maiores do que as que podem ser integradas ao ciclo natural de nutrientes.
Acrescentam esses autores, que além desses dois impactos, o homem chega até a introduzir materiais tóxicos no sistema ecológico que destroem as forças naturais.
Entre os processos de degradação do solo induzidos pelo homem, podem ser citados a compactação, a erosão acelerada, a desertificação, a salinização, a lixiviação e a acidificação. Por outro lado, a degradação do solo pode ser vista como resultado de processos ambientais, que causam a perda de produtividade ou o declínio da qualidade ambiental.
Na opinião de Ramalho (1999, p. 16),

Uma das causas principais da problemática ambiental se encontra nos efeitos ambientais causados pela implantação de um estilo de desenvolvimento que mantém a insatisfação das necessidades da maioria da população e compromete drasticamente o equilíbrio planetário.

A rápida degradação dos ecossistemas sob exploração antrópica, especialmente nos países tropicais em desenvolvimento, despertou nas últimas décadas, a preocupação com a preservação e a sustentabilidade da exploração agrícola.

2.3 Os efeitos da degradação no semi-árido paraibano

Segundo Lemos (2000), o Brasil sofre ao longo dos anos, um processo acelerado de desmatamento, tendo já perdido 93% de Mata Atlântica, 50% de cerrado, 15% da Floresta Amazônica, mais de 50% de Caatinga.
Em termos de região, o Nordeste brasileiro é o espaço físico que apresenta os maiores índices de degradação ambiental. Foi nela onde primeiro se explorou economicamente uma cultura: a cana-de-açúcar, cuja produção teve inicio ainda no século XVI.
Após povoar o litoral e nele instalar diversos engenhos, o branco colonizador voltou suas atenções para o sertão (a região da Caatinga), onde passou a desenvolver suas atividades pecuárias e, posteriormente, inseriu o cultivo do algodão.
Afirmam Andrade et al. (2005, p. 254), que

As alterações na caatinga tiveram início com o processo de colonização do Brasil, inicialmente como conseqüência da pecuária bovina, associada às práticas agrícolas rudimentares. Ao longo do tempo, outras formas de uso da terra foram sendo adotadas, diversificação da agricultura e da pecuária, aumento da extração de lenha para produção de carvão e caça dentre outras. Devido ao caráter sistemático dessas atividades, associado ao recrudescimento nas últimas décadas, o bioma caatinga tem sido destruído ou seriamente descaracterizado.

Desde o princípio, a exploração das áreas da caatinga nordestina vem sofrendo degradação. As perdas foram principalmente devido à colonização da área baseada exclusivamente na agricultura e pecuária, que favoreceu a formação de grandes latifúndios, que permanecem nos dias atuais, causando prejuízos com o desmatamento, uso excessivo dos lençóis de água e a desertificação.
Essa situação registrou-se em todos os estados nordestinos. No caso específico da Paraíba, não foi diferente.
Observam Sousa et al. (2007), que no sertão paraibano, a exploração predatória dos recursos naturais, a falta de práticas adequadas das atividades agrícolas, aliada as condições climáticas do semi-árido com longos períodos de estiagem, tem degradado a cobertura vegetal e acarretado o assoreamento dos rios e reservatórios, pela erosão dos solos.
Os resultados desses processos (colonização e exploração econômica) são hoje visíveis e, algumas regiões já apresentam sinais de desertificação.
De acordo com Melo e Rodriguez (2004), tais sinais de desertificação já podem ser notados nas seguintes regiões do Estado da Paraíba:
a) Cariri Ocidental;
b) Cariri Oriental;
c) Seridó Oriental;
d) Seridó Ocidental.
Nessas regiões paraibanas, a caatinga sofreu uma remoção de cerca de 70% de sua biomassa. No entanto, os maiores efeitos da degradação ambiental são verificados nas áreas em torno das cidades, povoados, lugarejos e sedes de fazenda.
Acrescentam ainda Melo e Rodriguez (2004), que nessas áreas, a vegetação é esparsa e muito baixa, predominando o xique-xique, o pinhão-bravo, o marmeleiro e pereiro.
Assim sendo, contata-se que no semi-árido paraibano, a ação destruidora do homem, com práticas de desmatamentos, queimadas e outros manejos inadequados de explorar e cultivar as terras, vem dizimando a cobertura vegetal.
Tais práticas inadequadas também estão assoreando os recursos hídricos e colocando em risco a fauna silvestre e a permanência da população na zona rural. Isto porque, com a superfície exposta o solo é erodido e os nutrientes, indispensáveis para a exploração agrícola auto-sustentável, são exauridos rapidamente comprometendo todo o ecossistema (SOUSA, 2007b),
Segundo PANBRASIL (2004), as queimadas no Nordeste do Brasil ainda ocorrem, especialmente nas áreas dotadas de recursos de solo mais escassos (rasos, pedregosos etc.), como aqueles que durante muito tempo foram ocupados com o cultivo de variedades arbóreas de algodão.
É importante que se registre que foi a má utilização dos solos com a cultura do algodão o principal fator de redução da cobertura vegetal e consequentemente da degradação dos solos do Nordeste brasileiro.
No sertão paraibano, a diminuição das áreas cultivadas com algodão, registrada a partir do final da década de 1970, acarretando inclusive abandono de áreas rurais. Em termos ambientais, essa mudança contribuiu para a recomposição da base de recursos naturais, pois a cotinocultura quando mal manejada, é uma das atividades agrícolas que mais provoca erosão no solo, degradando-o e tornando-o estéril.

2.4 A degradação ambiental no município de Condado-PB: Uma discussão necessária

De acordo com Melo de Rodriguez (2004), o uso prolongado de uma determinada área nem sempre é compatível com a sua real aptidão agrícola, que é determinada por um conjunto de fatores pedológicos, climáticos e biológicos.
No município de Condado-PB o uso indiscriminado dos recursos naturais é algo muito comum. No referido município, existe o Açude Engenheiro Arcoverde, que alimenta um perímetro irrigado, administrado pelo antigo DNOSC. No entanto, com o descaso ao qual foi relegado esse órgão federal, os agricultores que exercer suas atividades nesse perímetro vêm promovendo irrigação sem nenhum tipo de fiscalização e/ou controle.
Essa exploração agrícola, que embora se constitua numa alternativa econômica para população local, vem produzindo impactos ambientais e degradando o meio ambiente, sob diversas formas.
Além dos problemas ambientais produzidos a partir das atividades desenvolvidas no Perímetro Irrigado Engenheiro Arcoverde, outros também são registrados no município, com destaque para a retirada da cobertura vegetal, visando à produção de carvão.
Observam Melo e Rodriguez (2004, p. 55), que no sertão paraibano,

Fora dos períodos de seca grave, a caatinga raramente é desmatada para a produção de carvão e para o comércio de lenha. Nos anos normais, estas atividades são complementares e associadas á agricultura e à pecuária. Geralmente, no último trimestre do ano, os fornos para a fabricação de carvão proliferam, assim como os desmatamentos crescem em número e logicamente em quantidade de lenha vendida. Essa é a época em que, na região, verifica-se um aumento na produção e no comércio dos combustíveis lenhosos. A maioria dos desmatamentos é praticada em propriedades grandes, nas quais ainda existem áreas com caatinga ou capoeiras extensas.

Sem sua cobertura vegetal, o solo torna-se mais susceptível à erosão. Assim, exposto a luz solar, sua matéria orgânica é facilmente oxidada, o que diminuiu a fertilidade do solo, além de produz a perda do horizonte superficial.
No município de Condado ainda é muito comum a prática da broca e da queimada, que antecedem aos cultivos. Feita a broca, os troncos e ramos grossos destinam-se à construção de cercas, obtenção de lenha e fabricação de carvão vegetal, enquanto que os ramos finos são queimados após serem encoivarados.
No entanto, apesar de registrar vários problemas ambientais, em Condado, as discussões sobre a preservação do meio ambiente ainda não foram absorvidas pela sociedade e encontram um limitado espaço no contexto escolar.
Observa Ramalho (1999, p. 16), que

Apesar dos temas relacionados com a questão ambiental se incluírem cada vez mais em todos os discursos atuais, constata-se que, à medida que aumenta o conhecimento sobre os problemas ambientais, se acelera também a degradação do meio ambiente, podendo-se, portanto, afirmar que se vive numa sociedade de risco.

Diante desta constatação, vê-se que é preciso se repensar a forma como vêm sendo produzidas tais discussões. A realidade mostrar que é necessário que as discussões sobre a temática ambiental saia do contexto universitário e dos ciclos burocráticos e chegue à sociedade, através da escola e dos meios de comunicação.
As preocupações com a questão ambiental podem ser trabalhadas na escola desenvolvendo a sensibilidade, integrando os alunos com os problemas de sua comunidade e despertando a investigação para encontrar soluções para os mesmos, criando uma nova postura comprometida com responsabilidade social e qualidade ambiental.
Levando em conta as disposições contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), o meio ambiente, em termos educativos, pode ser trabalhado como tema transversal em várias disciplinas e não somente como elemento curricular das disciplinas da áreas de ciências.
Visando despertar/formar a conscientização pela preservação da natureza, pode-se priorizar as chamadas aulas de campo. As visitas a áreas naturais podem e devem ser feitas da pré-escola à Universidade.
No contexto escolar, a Educação Ambiental vem ganhando importância e hoje vem sendo trabalhada dentro de vários projetos, incluindo as disciplinas de Geografia, História, Matemática, Ciências e Artes.
A Educação Ambiental (EA) é um processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que transformam necessariamente em práticas de cidadania que garantem uma sociedade sustentável. É uma ideologia, que conduz à melhoria da qualidade de vida e ao equilíbrio do ecossistema para todos os seres vivos (PHILIPPI JUNIOR, PELICIONI, 2002).
Para Muller (1999) fazer educação ambiental é também revelar os interesses de diversos grupos sociais em jogo nos problemas ambientais.
No entanto, além do respeito à natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a consolidar os ideais com relação aos destinos da sociedade e do planeta.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Definida como o processo gradual de alteração negativa do ambiente, a degradação ambiental constitui um grande problema na atualidade. Ela pode ser produzida por diversos fatores, inclusive, aqueles de ordem natural. No entanto, a ação inconsciente do homem tem contribuído para o aumento dos Índices de Degradação Ambiental (IDA), principalmente, no semi-árido nordestino, onde, por sua natureza climática, predomina um ecossistema único no mundo: a caatinga.
Nessa região do país, o desmatamento constante e as queimadas são apresentados com as principais causas da degradação ambiental. Tal descaso para com a natureza tem acarretado grandes prejuízos ambientais à sustentabilidade da região. No entanto, apesar das campanhas de conscientização desenvolvidas pela mídia e por organismos de preservação ambiental, muito pouco tem sido feito para recuperar as áreas degradadas do nordeste brasileiro, e, em especial, da região semi-árida.
Na atualidade, proporcionalmente ao seu espaço geográfico, a Paraíba é o estado que apresenta os maiores índices de degradação ambiental. Dez de seus municípios então entre os cem mais degradados do país, apresentando áreas onde o processo de desertificação já se apresenta em grande escala.
No município de Condado, diversas são as localidades onde os efeitos da degradação ambiental já são visíveis. Além de ser um município com grandes áreas irrigadas, é muito comum a derrubada da mata nativa para a produção de carvão vegetal. Essas atividades não são fiscalizadas e nem orientadas por nenhum órgão público e esse descaso tem contribuído para o aumento da degradação ambiental no referido município, que carece de uma discussão ampla, que envolva não somente à classe produtora, mas toda a sociedade.

REFERÊNCIAS


1. AMORIM, Luís Otávio (Coord.). Enciclopédia dos municípios paraibanos. João Pessoa: Correio da Paraíba, 1976.
2. ANDRADE, Leonaldo Alves de [et al.] Analise de duas fitofisionomias de caatinga, com diferentes históricos de uso, no município de São João do Cariri, estado da Paraíba. Cerne, Lavras, v. 11, n. 3, p. 253-262, jul./set. 2005.
3. BLANCO, S. A. Monte; LINK, D. Uma análise comparativa das legislações fitossanitárias dos países do Mercosul. Porto Alegre, CREA/RS, 2001.
4. BRASIL. Ministério de Educação Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde. Brasília. 1997
5. CRUZ, Cornélio Ferreira da. Condado: 70 anos de história (1932-2002). Patos: Visão, 2002.
6. LEMOS, José de Jesus Sousa. Níveis de degradação no Nordeste Brasileiro. Fortaleza: Revista Econômica do Nordeste, v. 32, n. 3 p. 406-429, jul-set., 2001.
7. MASCARENHAS, João de Castro [et al.]. Diagnóstico do município de Condado, Estado de Paraíba. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea.
8. MELO, Antônio Sérgio Tavares de; RODRIGUEZ, Janete Lins. Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental. João Pessoa: Grafset, 2004.
9. MENIN, D. F. Ecologia de A a Z: Pequeno Dicionário de Ecologia. Porto Alegre: L & PM, 2000, p. 212.
10. MORAES, Danielle Serra de Lima; JORDÃO, Berenice Quinzani. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Rev Saúde Pública, 2002; 36(3):370-4.
11. MÜLLER, J. Educação ambiental. Diretrizes para a prática pedagógica. Porto Alegre: Cortez, 1999.
12. PANBRASIL. Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Edição comemorativa 10 anos da CCD. Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de Recursos Hídricos. 2004. 220p.
13. PHILIPPI JUNIOR, A; PELICIONI, M. C. F. Alguns pressupostos da educação ambiental: Desenvolvimento de cursos e projetos. 2. ed. São Paulo: Signus/USP, 2002.
14. RAMALHO, Deolinda de Sousa. Degradação ambiental urbana e pobreza: a percepção dos riscos. Raízes, Ano XVIII, Nº 19, maio/99.
15. ROCHA, Washington Franca et al. Levantamento da cobertura vegetal e do uso do solo do Bioma Caatinga. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 2629-2636.
16. SANTOS, A. P. et al. Metodologia de interpretação de dados de sensoriamento remoto e aplicações no uso da terra. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SENSORIAMENTO REMOTO, I. Anais... São José dos Campos, 1981, p.172-175.
17. SOUSA, Ridelson Farias et al. Avaliação das classes de cobertura vegetal e do uso das terras do sítio Agreste - Itaporanga-PB. Anais. XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 4283-4288.
18. SOUSA, Ridelson Farias et al. Geotecnologia no estudo da evolução espaço-temporal da cobertura vegetal do município de São João do Cariri-PB. Engenharia Ambiental. Espírito Santo do Pinhal, v. 4., 1. 2, p. 60-67, jul/dez. 2007.
19. WILLIAMS, H. et al. Indicadores de desertificação: histórico e perspectivas. Brasília: UNESCO, 2003.